MONDO SEX HEAD [2012]
Há tempos sem remixar um álbum, Rob Zombie retorna com uma
coletânea de novos remixes. Como já podemos notar pelas capas, esses álbuns não
devem ser tratados como um novo álbum da banda, mas sim como um add-on, que
para valorizar o trabalho do artista e não deixar seus fãs (me refiro aos de
coração) muito tempo sem nada, dá a esses add-ons determinada importância. Isso
é ótimo tanto para nós que apreciamos seu trabalho quanto para ele.
Para gostar de Rob Zombie, pra começo de conversa deve ser
mente aberta e gostar do diferencial, algo que já podemos notar na variação de
estilos de um álbum de estúdio para outro. A arte de Rob Zombie é dividida em
vários setores e aqui estamos retratando o de álbuns de remixes. Vamos levar em
consideração que os remixes não são feitos pelo autor e sua banda, ao menos não
nesse caso, onde temos diversos DJs escolhidos para remanejar os clássicos de
Rob.
Mais de uma década se passou desde que o movimento Rock Industrial
perdeu a força, abrindo espaço para o New Metal e diversas ramificações da
música eletrônica e a multiplicação de DJs ao redor do mundo. Sendo assim, Rob
dessa vez resolveu experimentar novamente a ideia de um álbum de remixes.
Vi na internet muitas pessoas que dizem fãs de Rob Zombie criticar
tal ideia, pra mim não passam de meros ouvintes e não entendem a lógica das
coisas. A ideia de trazer um material antigo totalmente remodelado em um novo
álbum ou coletânea, ou qualquer outro tipo de mídia de forma diferenciada serve
justamente para atrair novos fãs e assim, consequentemente, atraí-los para
buscar conhecer o material antigo e original, aumentando assim o número de fãs
ou afins de seu trabalho.
Abaixo fiz uma breve e nem um pouco detalhada avaliação do
álbum, faixa por faixa, lembrando-se que tudo que foi escrito aqui é a minha opinião
expressada, ouvindo o álbum e analisando-o como um álbum de remixes e o seu
contexto, sem a intenção de mudar suas opiniões. Sendo você uma pessoa limitada
musicalmente ou não.
01- "Thunder Kiss’65" (por: Johnathan 'JDevil' Davis): JDevil inicia seu remix da
classicassa Thunder Kiss’65 num padrão bem mediano, mantendo uma batida meio
sem graça até podermos ouvir o clássico riff original, alterado de modo a
sincronizar com a batida. A alteração nos vocais é nítida, acelerando o mesmo,
mas não melhora em praticamente nada. Um remix bem mediano de uma ótima música.
Poderia mantê-lo como single, mas não merece tal destaque. **
02- "Living Dead Girl" (por: Photek): Sabe aquelas músicas que
possuem momentos certos para serem ouvidas, pois bem, essa é uma delas.
Enquanto passear pela cidade durante a noite, não esqueça de adicionar essa
música ao momento. Uma ótima vibe. Não espere muita coisa dos vocais, pois aqui
eles mal estão presentes. ****
03- "Let It All Beleed Out" (por: Document One): Totalmente remodelada, a
música deixou sua velocidade de lado e adiquiriu um tom mais sinistro. Também
uma pegada bem mediana. ***
04- "Foxy, Foxy" (por: Ki Theory): Realmente quando Rob falou dessa
versão da música ele estava certo. A música ficou muito legal, uma pegada
dançante e, assim como a Living Dead Girl, ótima para ouvir em determinados
momentos. ****
05- "More Human Than Human" (por: Big Black Delta): Se tem um remix ruim de
verdade nesse álbum, ou em qualquer outro que Mr. Zombie já lançou é esse.
Dispenso comentário. *
06- "Dragula" (por: Chino '+++' Moreno): Seguindoa idéia de arruinar clássicos,
Chino Moreno atingiu sua meta nesse remix...TRÁGICO. *
07- "Pussy Liquor" (por: Ki Theory): Seguindo a mesma lógica do remix
da “Foxy, Foxy”, um remix bem legal para se ouvir. ***
08- "Lords Of Salem": Assim como o remix de "Let It All
Bleed Out", esse remix tem uma pegada mais pesada, focando bem nas guitarras,
mas mesmo assim soa mediano. ***
09- "Never Gonna Stop" (por: Drumcorps): O remix até que começa bem,
mas começa a pecar na qualidade no decorrer do tempo. Bem meia boca, merecia um
remix melhor. **
10- "Superbeast" (por: Kraddy): Muito foda esse remix, poderia até
substituir o remix “Porno Holocaust” do American
Made Music To Strip By. Não chega aos pés do remixes feitos por Charlie
Clouser em 1999, mas nos lembra um pouco, com sua batida drum n’ bass,
respeitando e até mesmo homenageando o remix que Clouser fez. *****
11-
“Devil’s Hole Girls" (por: Tobias Enhus): Remix da música “Devil’s
Hole Girls And The Big Revolution” apresentada no relançamento de Hellbilly
Deluxe II e que conta com a presença do baterista do Slipknot Joey Jordinson
tem seu ritmo totalmente remodelado aqui, mas se destaca por ser a faixa mais
sinistra do álbum e nos remete a lembrar de músicas remixadas do Nine Inch
Nails em sua era de ouro do álbum The Downard Spiral. Muito FODA! *****
12- "Burn" (por: The Bloody Beetroots): Uma ótima transformação e recebeu um peso
merecido aqui. Amo a versão original com todo aquele groove, já nesse remix a
música ganha mais velocidade e peso. Vamos dizer que encerra a trilogia de peso
desse álbum. Bem massa! ****
13- "Mars Needs Women" (por: Griffin Boice):Mais um remix merecedor de elogios. A música
original já era dançante e alternava com riffs pesados, e seguindo essa mesma
idéia, o remix não peca em nada. ****
Avaliação Geral: ***
Não é necessariamente um "must have", ao menos se você não for fã de Rob Zombie ou de múscia eletrônica. Se comparar ao que já foi feito em termos de remixes, não chega nem perto da maestria que foi o Supersexy Swingin' Sounds de 1996 e nem possui remixes tão fodas quantos os que o Charlie Clouser já fez, mas é mais atraente que o American Made Music To Strip By, de 1999., que possui uma quantia maior de remixes medianos em relação a esse lançamento.
